Varejo de livros termina 2022 com resultado positivo para o setor
Último Painel do Varejo de Livros no Brasil de 2022 mostra que o crescimento foi de 2,98% no volume e de 8,33% no faturamento, chegando ao número de R$ 2,54 bilhões em receita
Finalizando o ano de 2022, o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e a Nielsen Book divulgaram nesta segunda-feira (23) os resultados do 13º Painel do Varejo de Livros no Brasil, referente ao período de 5 de dezembro a 1º de janeiro de 2023.
Com o varejo movido pelas compras de Natal, o painel registrou movimentação de 5,78 milhões de livros comercializados, com uma arrecadação de R$ 270,69 milhões. Isso significa um aumento de 6,16% nas vendas e de 15,18% no faturamento em comparação com os resultados do mesmo período de 2021.
Além disso, o preço médio teve uma alta de 8,50%, passando de R$ 43,26 para R$ 46,93 em 2022 e o desconto médio deve uma variação negativa de 1,13 p.p., ficando no patamar de 20,79%.
2021 x 2022
O ano de 2022 conseguiu superar a força expressiva de 2021 e consolidou um resultado positivo para o varejo. No total foram vendidos 58,61 milhões de livros em 2022, resultado esse 2,98% superior ao número de 56,91 milhões que em 2021 apresentou. A superioridade também se mantém em faturamento, sendo 8,33% maior que o ano de 2021, alcançando o número de R$ 2,54 bilhões em receita contra R$ 2,35 bilhões.
Em relação ao preço médio, 2022 foi superior em 5,19% em relação a 2021, passando de R$ 41,28 para R$ 43,42 em 2022. Já o número de ISBNs teve queda de 4,99%, o que representa uma menor bibliodiversidade no setor. Se em 2021 o mercado teve pouco mais de 408 mil ISBNs, 2022 ficou na marca dos 387.751.
Dante Cid, presidente do SNEL analisa, em nota, que “2022 iniciou forte, ainda no impulso das boas vendas de 2021 em Ficção combinadas com a retomada do Educacional. Ao longo do ano, entretanto, a escalada da inflação passou a comprometer o poder de compra das famílias e os custos da indústria, levando a uma desaceleração das vendas. Felizmente, o último período nos trouxe uma agradável surpresa, levando a um fechamento de ano com crescimento real e superando assim mercados maduros como França, Alemanha e EUA, que fecharam um pouco abaixo de 2021”.
Já Ismael Borges, Territory Manager do BookScan Brasil, vê 2022 com um ano de “dever de casa”. “O primeiro ano considerado regular após crise pandêmica, o mercado livreiro teve crescimento real de 2,54% em faturamento, ainda que a bibliodiversidade tenha recuado quase 5% no ano. O preço médio do livro, pela primeira vez em anos, ficou muito próximo da inflação, fechando em 5,19% de ajuste”.
A importância dos Gêneros
Assim como comentado por Cid, no último Painel do ano a categoria Ficção apresentou mais uma vez resultados positivos – o que ocorreu praticamente durante todo 2022 – com variação de 1,42 p.p. e passando a representar 27,17% do faturamento do setor (em 2021 o gênero fechou em 25,76%).
Em contrapartida, Não Ficção Especialista continua sua queda com variação negativa de 2,21 p.p., representando agora 24,76% do faturamento.
Não Ficção Trade também teve uma leve queda de 0,08 p.p. e Infantil, Juvenil e Educacional, um aumento de 0,88 p.p.
Metodologia
Para a realização do Painel, os dados são coletados diretamente do “caixa” das livrarias, e-commerce e varejistas colaboradores. As informações são recebidas eletronicamente em formato de banco de dados. Após o processamento, os dados são enviados on-line e atualizados semanalmente.
As varejistas monitoradas pela Nielsen são: A Página Livraria, Amazon.br, Americanas, Americanas.com, BIG BIG, Bom Preço, Carrefour, Cultura, Curitiba, Disal, Escariz, Extra, Leitura, Livraria da Vila, Livraria Loyola, Magazine Luiza, Martins Fontes, Nobel, Pão de Açúcar, Saraiva, Shoptime, Submarino.
FONTE: PUBLISHNEWS, REDAÇÃO, 23/01/2023